quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"Longitudinidades"



O quão meu desejo é biomolecular
ninguém faz conta.
Porém, sobejo a olhos vistos
na tua carne ardente e farta
e em tua alma pura e puta.

Dignifico o quinhão dos querentes
e, lentamente, rastejo
por entre toscos painéis da fissura.
É neste ensejo que o corpo
almeja por toda a ternura
a temperar uma loucura devassada.

É quando, de alma frenada,
me desafogo num beijo
que é puro prazer desta santa
num puto afã de desejos.



(in "Goiabada Démodé" - obra não publicada)

2 comentários:

Unknown disse...

Excelente, sensacional.....
Putz... Perfeito!!
Gostei :)

Sérgio Cortêz disse...

Muito obrigado, Cristiane. Em breve, novos poemas estarão no Beco - safra de inéditos. Saudações.