domingo, 16 de junho de 2019

Madrigais


Não há males, nem há medos,
tampouco desassossego.
O que nos acerta é o erro
de conferir lógica à mágica
quando nos temos, amantes,
mas sem a intenção de se amar.

De certo, somos de pele,
de química, tesa alquimia.
Completamos a existência vazia
com anseios da paixão faminta
que durante a madrugada infinda
se alimenta de nossos lençóis.

Não há males, nem há medos,
tampouco vicissitudes.
Sem demora, as horas passam,
cantam haustos de um prazer que nos devora
antes que a madrugada termine
e o amanhecer nos desnude. 

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