domingo, 28 de novembro de 2010

"Corpo Santo"





Dou pra ti do meu pedaço
E te ofereço o meu perigo
Assumo o risco de outra conta
Se me afronta o preconceito
De querer-te no meu peito
Pra viver-te um pouco mais...

Vou ao cais da insanidade
De quem vive a ter desejos
Onde o alvo é encoberto
Pelo certo que imperfeito
Me impede de ser teu.
Sou ateu para as más línguas
Que se calem ante a proposta
Que me fazes com um olhar
Vou ao mar, me afogo em prantos
Onde o cais da tempestade
É não ter-te a me esperar.

Dou pra ti meu corpo inteiro
Onde o meio é tua gula
De perder-se em corpo santo.
Lanço um cântico que escutas
E desfrutas da esperança
De me ter inteiro e teu
Pra fazer da pouca idade
Esse cais da insanidade
Que é querer-te, enfim, mulher...



Do livro “Ovo À Milanesa”, 1994.

4 comentários:

lfranco disse...

linda poesia poeta como tudo que voce escreve beijos desta sua sempre fã!!!

Leda AO Franco

Sérgio Cortêz disse...

Amiga Leda, que alegria te ver por aqui. Eu que sou seu fan e fico muito honrado com a sua leitura. Um forte abraço.

OCTÁVIO CÉSAR RAMOS disse...

Sofreguidão e tormento que inflama um corpo que um dia será um cadáver...

Uma dança em um baile macabro, tiro um cadáver lindo de mulher para dançar...

Sérgio Cortêz disse...

E a hipocrisia da sociedade fez de um verdadeiro amor um cadáver! Muito obrigado pela leitura e análise, amigo Octavio. Saudações poéticas.