quarta-feira, 12 de junho de 2019

Soneto Da Tempestade


Enxuga-me as gotas da borrasca
Que, assim, deram cabo do mau tempo.
Divida o bom vinho que me encharca,
Deleta o indelével pensamento.

Enquanto a tormenta cai descasca
Transeuntes que correm contra o vento,
Teu corpo me abriga, morde e masca,
Concede repouso ao desalento.

A chuva persiste e não se basta
De todo o prazer que nos desgasta,
Nos unta e nos une um só momento.

Molhei-me na chuva que me arrasta,
Provei teu calor que, atroz, orgasma
E faz deste amor nosso bom tempo. 

2 comentários:

Larvas Poesia disse...

Muito legal o poema! Gostei das imagens, a relação como uma boa chuva, que encara mas nutre! Somos um reduto de poetas tbm, venha conhecer larvaspoesia.blogspot.com

Sérgio Cortêz disse...

Muito obrigado, equipe de Larvas Poesia.
Seja sempre bem-vinda ao Beco da Poesia.