Bebo o sumo desta vida
quando o proibido encanta
e decanta as latitudes do meu ser.
Pago para ver lampejos d'alma
com toda a calma de qualquer poeta
e toda a chama de qualquer prazer.
Desejo o beijo de um instante
cuja paz me arroube o peito
e a dúvida me seja melindrosa.
Forçosa mentira de encarar a vida
com signos ilusórios e desamparo dos dias
além do abraço orvalhado das noites...
Bebo o sumo da existência,
provo a essência de viver...
Quero saber dos teus segredos,
quero provar teus desafetos,
anseio por todo e qualquer signo...
Não temo: a dúvida perfaz
o equilíbrio entre o espaço e o tempo.
Confiante, melindro o meu viver
com a chama de qualquer poeta
e a calma de qualquer prazer...
(in "Goiabada Démodé" - obra não publicada)
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