quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"Há Vácuo"



Vazio, sombrio, sêmen:
poeta de olhos na lua,
na rua da amargura,
por uma vulgar perdição...
Sombrio, silêncio, sempre:
solstícios cartográficos,
no pleno coração impuro
de tanto nada...

Complexo, adjetivo, abissal:
equinócio mórbido
de uma poesia
esquizofrenicamente una...
O poeta soletra
a dimensão da vida
numa declaração de esperança
sombria e crua,
carcomida e trôpega,
de uma mente vã...

O vácuo, o silêncio nulo
do poeta sombrio
de sêmen abissal.
Obsoleto poeta
que destempera a vida
num poema que indaga:
que vida, que poema,
que nada?


(in "Goiabada Démodé" - obra não publicada)

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