Padecer sem fim é ficar sem o seu beijo.
O sabor do seu corpo
Tão louco e tão morno
No céu de minha boca.
Sua língua mais louca
A procurar ofegante
Um desejo infante
De ser tão mulher
Pra saber como é...
Falta que sinto de ti
Do teu jeito tão matreiro
De sorrir e me benzer
Com sua saliva em minha boca
Medindo forçar pra conter o prazer.
Sua pele debutante
É lembrança restante
Passado que não volta,
Infelizmente não volta...
Hoje tenho de amargar
A distância a nos fustigar
Impiedosa e indiferente.
Não há mais o sabor do seu beijo
Nem o odor do seu desejo
Ou mesmo meus lábios mornos.
Há solidão, vazio que não finda,
Há quem minta, diga injúrias de você,
Não há como te ver
pra te deter entre meus braços,
Não há mais seus abraços,
Não há mais seu beijo,
Não existe mais nada...
Do livro “Ovo À Milanesa”, 1994.
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