quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"Sonata"



E decanto esta palavra
cada letra com que conto
e que canto em serenata
o prazer que te componho.

A beleza de tuas formas
fez cabal esta aridez
que desertifica o peito
e no efeito impõe a sede
de amar com mil orgasmos
pelo chão, poeira ou rede,
ressecando a minha sede
saciada em beijos d'água...

Acabada esta malícia,
e o suplício dos suspiros
do meu corpo no teu corpo,
do meu todo em teu silêncio
quando tudo na palavra
muda o nada e o acaricia...

E decanto um novo dia
pelos tons da tua beleza
jovem deusa, musa insana.
Vem, profana esta delícia...
Vem, carícia e gozo incerto...
Chega perto, morde a carne...
Bem covarde e semiárido
eu me inundo do teu beijo
tão agreste a colher flores...


(in "Goiabada Démodé" - obra não publicada)

2 comentários:

Maurélio disse...

Maravilhosos versos amigo poeta, aplausos!

Sérgio Cortêz disse...

Muito obrigado, poeta Maurélio. É sempre um grande incentivo contar com a sua leitura e seu apoio. Um abraço.