domingo, 28 de novembro de 2010
"Corpo Santo"
Dou pra ti do meu pedaço
E te ofereço o meu perigo
Assumo o risco de outra conta
Se me afronta o preconceito
De querer-te no meu peito
Pra viver-te um pouco mais...
Vou ao cais da insanidade
De quem vive a ter desejos
Onde o alvo é encoberto
Pelo certo que imperfeito
Me impede de ser teu.
Sou ateu para as más línguas
Que se calem ante a proposta
Que me fazes com um olhar
Vou ao mar, me afogo em prantos
Onde o cais da tempestade
É não ter-te a me esperar.
Dou pra ti meu corpo inteiro
Onde o meio é tua gula
De perder-se em corpo santo.
Lanço um cântico que escutas
E desfrutas da esperança
De me ter inteiro e teu
Pra fazer da pouca idade
Esse cais da insanidade
Que é querer-te, enfim, mulher...
Do livro “Ovo À Milanesa”, 1994.
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4 comentários:
linda poesia poeta como tudo que voce escreve beijos desta sua sempre fã!!!
Leda AO Franco
Amiga Leda, que alegria te ver por aqui. Eu que sou seu fan e fico muito honrado com a sua leitura. Um forte abraço.
Sofreguidão e tormento que inflama um corpo que um dia será um cadáver...
Uma dança em um baile macabro, tiro um cadáver lindo de mulher para dançar...
E a hipocrisia da sociedade fez de um verdadeiro amor um cadáver! Muito obrigado pela leitura e análise, amigo Octavio. Saudações poéticas.
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