Bem mais que amargo o sabor
dessa promessa de vida,
nos dias de pranto e de dor
e noites de vãs feridas.
A despedida do apresso,
o descontente sentido,
o sentimento ao avesso,
o peito a gritar, contido.
Em rimas num pranto, prontas,
O vate encerra seu peito.
Palavras torpes e tontas,
Frases de imoral efeito...
Dissabores tão claros
quanto a luz que não brilha
ao final deste túnel
que não possui vida.
Amargores não raros como risos sinceros
ao final de um tormento
que chamamos de vida.
Bem mais azedo o sorriso
estreito e sem altitude.
O desespero do peito,
fraqueza nas atitudes
e me adoece de jeito e me destrói a saúde
e me entorpece com a morte
roubando minha juventude...
Do livro “57 Poemas Brasileiros”, 1997.
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