Dor e chaga, morbidez pungente
que absorve os dias
e noites cadentes
sem qualquer poesia.
Vastidão aflita pelo opaco ópio
da pequenez enrustida.
Sangra tão comprida, chega e descabela
a feita dor ferida.
Pus à deriva na dor amor, calor e fogo
tão arrebatadores
que os sonhadores
desfalecem dormindo...
Dor e chaga mortalmente opaca
ópio mórbido tempo, excremento vida
na missão cumprida.
Sangra deferida, mais despudorada
que a dor da vida
sem qualquer poesia...
Do livro “57 Poemas Brasileiros”, 1997.
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