Voz de quem me chama
na cama, na chama,
que chama ardente e reclama
por gente a se acasalar.
Voz que me chama
na sala, na mala,
no carro que pára na esquina
e manobra, pensando em voltar.
Voz que chama na varanda
e anda em passos lentos
meio tortos, dúvida,
certeza em não retornar.
Voz que me chama
no peito, sem jeito,
perfeito modo de fazer a gente
se rastejar...
Do livro “57 Poemas Brasileiros”, 1997.
Nenhum comentário:
Postar um comentário