Raça minha que aposta tudo em ti:
se perder, sairei ganhando
pelo simples fato de ousar tentativa.
Puro sangue que transborda essência:
concreto armado
expelindo leite condensado
que absorves, louca,
confinando-me às tuas vontades.
Vaidade: deposito em ti parte do que sou
e confiro o extrato para ter a certeza
de que o amor compensou.
Faço a vala e enterro,
nos anais da História,
o Brasil onde nossa história se passa,
pelo fato ingrato de que foi aqui
que Deus nos depositou
sem pegar extrato
por ter esquecido a senha...
Do livro “57 Poemas Brasileiros”, 1997.
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