O
ser poesia me toma,
me
alimenta e me consome.
Leva-me
ao encontro daquilo que não sou,
torna-se
proprietário legítimo do que não possuo,
reinventa
meu nada, desconstrói o meu tudo.
O
ser poesia está em mim,
híbrida
criatura de eu mesmo.
Observo
o horizonte vertical do ser poesia,
relembrando
sua aurora,
seu
crepúsculo, sua alquimia,
todo
o imaginário tosco,
retórico
e contraditório,
que
formata e condimenta
sua
essência de heresia.
Pois
é disso que se sustenta
o
poeta errante e inglório,
criando-se
e reinventando-se
quase
todo o santo dia,
dormindo
e acordando
como
um novo ser poesia.
In: "Manual Da Poesia Fajuta" (Wattpad, 2015)