Em qualquer ambiente de trabalho que
se preze, enquanto exercemos nossas atividades laborais, nos envolvemos com
tipos dos mais exóticos, denominados “colegas de trabalho”. Em razão disso,
pode parecer suspeito falar de qualquer profissão ao expô-la numa crônica - ainda mais num texto como este, com riqueza de detalhes e requintes de crueldade. No caso
dos professores, apresentamos as características dos principais tipos que
seguem essa profissão fundamental à sociedade, mostrando que, enquanto “duros ambulantes", os professores são, acima de tudo, heróis que não recebem a devida importância.
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O Professor “Caxias”
É aquele que entra e sai da escola e passa despercebido por
todos, exceto pelos alunos, obrigados a aturar pilhas de exercícios, dúzias de
testes, metros de folhas de papel ofício em trabalhos e provas dificílimas.
Embora odiado pelos alunos é amado pelos pais, que estimulam seus filhos na
realização de festas de aniversário e presentes ao mestre, justamente por ser o
tipo mais “cobrador”, mais “Caxias”, mantendo os alunos ocupados em casa. Seu
maior motivo de orgulho é conseguir aplicar o livro didático de capa a capa ao
longo do ano letivo.
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O Professor “Ana Maria”
Pertence àquele cordão que a cada dia aumenta mais. É um chato
ambulante. Vive levando flores e oferecendo cafezinhos à direção da escola, sem
contar as inúmeras “vaquinhas” que ele corre para bancar festinhas-surpresa para a
coordenação, para o pessoal da secretaria e até para a filha da diretora que nem
sequer trabalha na escola. É um doce de pessoa para a direção da escola, mas um
porre duro de aguentar para os colegas de trabalho, que só o aturam por
obrigação de serviço.
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O Professor “Gente Boa Pra Caramba
É aquele que é amado pelos alunos e odiado pelos pais. Não
que seja mau professor: pelo contrário, os alunos acabam aprendendo mais com
ele do que com o tipo “Caxias”. Faz de cada aula uma atividade diferente e não
dá bola para os pais de alunos. Não conta com a simpatia dos responsáveis mais
conservadores e, por conta disso, precisa demonstrar certa versatilidade nas
reuniões de pais e mestres... Para não perder o emprego!
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O Professor Fofoqueiro
Uma verdadeira praga, uma epidemia que se espalha a cada nova
escola que é aberta. Concentra-se em policiar colegas de trabalho,
preocupando-se mais com isso do que com a qualidade de suas aulas. Pior ainda é
quando acontece a “mestiçagem” com o tipo “Ana Maria”: se bobear, ele inventa
para a diretora "que o professor fulano arriou um despacho na encruzilhada para ferrar
com o aluno beltrano". Uma vergonha!
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O Professor Bem Remunerado
Espécie extinta.
Jornal O Gazetão, 1997
Coluna Sociedade Crônica
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