quarta-feira, 25 de março de 2015

"Soneto Para Moçambique"



Não faço menção de vosso nome,
Silêncio agridoce em minha boca,
Lembrança sutil que se consome,
Fartura que enfarta a coisa pouca.

Qual espectro à espreita que não some,
Viestes com fúria insana e louca.
Provastes, amiúde, a minha fome
Tornando-me fera triste e à solta.

Agora sou livre e não me calo,
Carrego comigo o trigo e o talo
De boa colheita e plantação.

Relego ao passado o solo ralo
De um fruto infértil em despetalo
Que não mais amarga o coração. 



In: "Manual Da Poesia Fajuta" (Wattpad, 2015)

2 comentários:

Oscar Calixto | Blog Dois Pernods disse...

Oi querido! Bonito soneto! Super curti! Parabéns! Foi bom estar aqui!

Sérgio Cortêz disse...

Muito grato e honrado com sua leitura, Oscar Calixto. Seja sempre bem-vindo ao Beco da Poesia. Saudações poéticas.