sexta-feira, 14 de junho de 2019

A Cidade Dos Sonhos


E é para lá que me vou,
voo sem escalas,
fomentando o intento de ficar...

De coxilo na marquesa,
reencontro a cidade dos meus sonhos:
não se constrói sobre ladeiras íngremes,
não enfeita esquinas
para esconder melindres,
não se lança a meios-fios
em que tropeçam os pés.

A cidade dos meus sonhos
só me surge de viés,
sem aviso nem arcanjos,
sem arranjos que a refinem,
mas de cores e recantos
em toda a esquina, a cada canto.

E é por lá que caminho,
entre jardins e roseiras
que não se adornam de espinhos.
Passos ávidos por tempo,
bom repouso e letargia,
para flanar nesta cidade
sem que o descanso me canse
e a realidade me mate.

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