Beija
minha boca de puro formicida,
que
não mata, mas devora
as
palavras de ontem e de agora.
Idioma
que se desarvora pelo mundo afora
e se
faz entender pela força do tempo.
Leva
minh’alma ao sabor do vento,
indivíduo
colonizado, institucionalizado,
espavorido
com a farta miséria
que
não acaba nunca.
Junto
à nuca, uma cabeça oca
com
ideias loucas e, que ninguém nos ouça,
uma
boca imunda.
Sorvo
a essência venenosa
daquilo
que nunca quis ser,
mas
que sou assim mesmo
por
teimosia, cabeça dura e impura.
Tenho
a alma infernizada calmamente
pela
notória discrepância
entre
a boca e a mente:
gambiarra
gramatical que me neologisma.
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