sexta-feira, 14 de junho de 2019

Sobre Pedras Portuguesas


Hei de flanar com liberdade
entre angras e orlas,
pés entre mornas marolas pelo dia inteiro.
Estarei pachorrento, quiçá cabreiro,
morcegando entre noites errantes
e madrugadas erráticas.

Fugirei das intensas borrascas
e de todo aparvalhado peralvilho.
Serei criatura ilimitada e zafimeira,
apreciando a benfazeja solidão dos esquecidos.

Terei o Sol da Caparica como abrigo
com suas ondas se espraiando, cristalinas,
sobre areias apaziguadoras que me descalçarão os pés.
Então minhas pegadas, já tão fatigadas,
repousarão sobre a seda dos meus sonhos
para que eu possa mergulhar, profundamente,
na paz melindrosa dos meus dias enfadonhos. 

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