quarta-feira, 12 de junho de 2019

Laurissilva, Joá e Alcantil


Meu coração está solitário,
ferido, farpado, só – e é só.
A brisa gélida varre minha sombra
- e ainda quase se repete.
Feito peste, tua ausência me extermina,
Idade Média de uma solidão infinda...

Minh’alma está vaga
fantasmagórica, sonâmbula:
segue por trilhas duvidosas
que me conduzem à inexistência.
Parece que te busco, mas não te encontro,
e a escuridão é companhia que não tenho.

Decanto desatinos nas escarpas do meu ser
e não escapo às pragas proféticas
de alquimistas e prestidigitadores.
Feito semente perdida no espinhaço
germino, silenciosamente,
na solitária saudade do sabor de um beijo teu... 

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