É
bem minha a palavra que não uso
no
poema que não faço
e
declamo estando mudo.
Faço
meus mil sonetos que abjuro,
redondilhas
que só existem
no
meu verso curvo e em riste.
Tola
árvore de frutos vis e estéreis
que
ao sabor das intempéries
destemperam
a inspiração.
É assim,
feito obra sem autor,
feito
fruto sem sabor
que
se desmonta a emoção.
E
numa afronta à razão,
a
métrica infame não dá conta
da
comoção em que padeço.
Por
fim, a obra está pronta:
do
meio ao fim, sem começo,
decantando
o poeta ao avesso.
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