quarta-feira, 12 de junho de 2019

Solidão De Abril



...pois os dias tornaram-se mortíferos
sem o sabor do teu riso,
sem teu sorriso em meu sabor.
Nos desalinhos desta vida,
vivo apenas porque vivo,
descaminho do que se perdeu.

A certeza de minhas longitudes
equilibra-se no meio-fio das calçadas.
Por isso vago, qual alma penada,
entre porões da ditadura em meu peito,
tergiversando com argumentos insuspeitos
por entre equívocos nas decisões pusilânimes.

Agonizo-me na quietude das noites,
nas distâncias mais torpes
que não mensuram quilômetro ou centímetro.
Coisa tola que é não morrer de velho
desconhecendo toda a escala de emoções
– estultícia de um coração sem paquímetro. 

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