Toda
dor é amarga, constante e contundente,
alimentada
por noites vazias
e
por dias desprovidos de luz e direção.
O
sabor de toda dor é sentido no peito
e
percebido na mudez
que
se apropria do tempo.
Toda
dor não é vaga, tampouco desimportante,
navega
por meandros imprecisos
e
afluentes que se perdem no curso da vida.
Toda
dor é crescente e inversamente proporcional
ao
vazio do qual se alimenta.
Não
fica estática ou absorta,
nem
se acomete de esquecimento.
A
dor fere, a dor sangra,
cria
uma chaga, vira carbúnculo,
nos
cala e consome, nos “desajuíza”, quase elimina.
Mas
existe um sentido na dor que machuca,
perturba
e deturpa o rumo dos dias:
uma
hora, essa dor alivia
e
depois, sem rancor, nos ensina.
2 comentários:
Muito lindo! Como sempre;meus parabéns!
Muito obrigado. Seja sempre bem-vindo ao Beco da Poesia.
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