Busco
o cálice de fel
e
absorvo todo o amargor, sem temulência.
Sáfaro
homem pós-moderno,
cujo
cenho imberbe enrubesce
frente
às misérias desta vida.
Enegrecidos
olhos de contra-paixão
por
anos de reproche e exprobração
que
me tornaram criatura macambúzia e pachorrenta,
daquelas
que vão amiúde, apesar da paúra,
feito
pária à mercê da própria inexistência.
O
desalento em que estou na sua essência,
resenha
um ser de olhar atroz e suspicaz,
cuja
rotina torpe, lôbrega e tenaz
destila
aos poucos o amargor de todo o fel:
desencanto
que absorvo, sem temulência.
2 comentários:
Muito bom, amigo. Belo Poema!
Muito obrigado, Abraão. Fico honrado com sua leitura. Seja sempre bem-vindo ao Beco da Poesia.
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